RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO

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Monday, 23 de October de 2017


 


AUTOMEDICAÇÃO:


 UM PROBLEMA ANTIGO E MAIS ATUAL DO QUE NUNCA


Você também  é do tipo que costuma comprar ou ter sempre em casa um remedinho para aquelas dores básicas. Se a resposta for sim, saiba que você não está sozinho. Você faz parte de um universo enorme de pessoas que fazem uso da auto-medicação. No Brasil, a cada 100 pessoas, 70 tomam medicamento por conta própria. Estatísticas mostram que nas capitais brasieliras entre 50 e 60% da população costumam comprar medicamento sem receita médica.


Mas o que leva uma pessoa em busca de tais medicamentos em farmácias?  De acordo com o farmacêutico, Emerson Pacheco, formado  há 12 anos pela Unipar e 13 de profissão, a auto-medicação está ligada à vários fatores. Entre os mais comuns ele destaca a dificuldade de acesso da população aos serviços médicos, que embora sejam oferecidos  pelo SUS- Sistema Único de Saúde, nem sempre vem de encontro às necessidades da população. Às vezes, levantar muito cedo para conseguir consulta, ou faltar ao trabalho por um período, pode ser impedimento para muitas pessoas que acabam optando pelo caminho mais curto, ou seja: o balcão da farmácia. Segundo ele, outro fator ligado aos serviços de saúde pública é que, com as consultas cada vez mais rápidas devido ao grande número de atendimentos, os sintomas acabam não sendo bem investigados e a receita prescrita acaba não tendo o resultado esperado pelo doente. E, para perder menos tempo e aliviar suas dores, a pessoa acaba fazendo a auto-medicação.Na visão do farmacêutico, outra situação que leva mais pessoas a consumir  fármacos sem passar pelo médico é o hábito, já arraigado na vida de muitos, e também a relação de confiança estabelecida com profissionais farmacêuticos, que acaba  facilitando a compra e o uso de determinados remédios.


A lista de medicamentos mais vendidos nas farmácias não é pequena, mas entre eles estão obviamente os analgésicos, antiinflamatórios antigripais e, por incrível que pareça, os descongestionantes nasais como o Neosoro. De acordo com Emerson Pacheco, em 2015, este medicamento ocupou o primeiro lugar entre os mais vendido nas farmácias brasileiras. Também disparados na lista, estão o dorflex, nimesulida, torcilax, dipirona e neosaldina usados como analgésicos, antiinflamatórios e para dores musculares. Os antigripais também integram esta lista. Ele diz que os sintomas mais relatados pelos clientes  são dores na coluna, dores generalizadas pelo corpo  e dores de cabeça.E não é somente o público feminino o maior comprador desses produtos sem prescrição. Homens, jovens e as classes média e alta tem contribuído muito para mudar as estatísticas da auto-medicação, afirma o farmacêutico. Segundo ele,  este tipo de medicamento é responsável  por 25 a 30% do volume total de vendas na farmácia.


Mas o que nem todo mundo sabe é que estas drogas aparentemente inofensivas podem mascarar doenças e ,se usadas a longo prazo, podem trazer muitos males  à saúde. Como o caso de antiinflamatórios que podem causar problemas de coagulaçao sanguínea, cardiovasculares e gastro-intestinais. A hepatite medicamentosa é outro mal que pode ocorrer com o uso indiscriminado de substâncias químicas  já que a maioria sofre metabolização no fígado. Emerson Pacheco  afirma que todo medicamento tem contra-indicação e é importante estar atento ao seu uso para evitar, além de outros problemas, situações que levem a intoxicação.


O farmacêutico complementa ainda que, como já citado , o público masculino tem se tornado mais assíduo aos balcões de farmácias em busca não só de analgésicos e antiinflamatórios, mas também de medicamentos contra impotência sexual. Mas isso, já é assunto para outra reportagem...


By: Marluci Gomes da Silva/MTB2228